Saúde
Tempo de espera para casos não urgentes nas UPHs é de até 4 horas

O tempo médio de espera por atendimento considerado aceitável em uma Unidade Pré-Hospitalar (UPH) em Sorocaba é de até quatro horas para casos não urgentes, cujos pacientes recebem pulseira azul, segundo a Prefeitura de Sorocaba. De acordo com a istração, a duração de espera varia de acordo com a cor atribuída na triagem. Vermelho (emergência) tem atendimento imediato, amarelo (urgente) pode aguardar até 60 minutos (uma hora) e verde (pouco urgente) até 120 minutos (2 horas).
Alguns pacientes que frequentam as UPHs da cidade reclamam. Na segunda-feira (9), duas semanas após o Banco de Olhos de Sorocaba (BOS) assumir a gestão da Unidade Pré-Hospitalar (UPH) da Zona Oeste, o Cruzeiro do Sul esteve no local para verificar como estão os atendimentos. Na visita anterior, realizada pela reportagem em 19 de maio, ainda sob a antiga gestão, a unidade estava superlotada, com pacientes aguardando até quatro horas. Na segunda-feira (9), havia grande movimento e a maioria dos pacientes reclamava da demora, principalmente para ar pela primeira avaliação com os enfermeiros.
O motorista de aplicativo Marcelo Augusto da Cruz, 25 anos, estava com um problema na coluna. Por conta da dor, procurou atendimento médico. Segundo Marcelo, ele chegou à unidade por volta de 12h10 e aguardava havia cerca de uma hora para ar pela triagem. “Estou com muita dor e não tem como trabalhar sem tomar medicação. Fiz meu cadastro e ainda não ei pela triagem. Tem paciente falando que está demorando uma hora e meia para ar pela triagem.”
A manicure Cristina do Vale, 56, relatou a mesma situação. Ela e o filho adolescente estavam com sintomas de sinusite e aguardavam, também, havia uma hora para ar pela primeira etapa do atendimento. “Se na triagem está essa espera, imagina lá dentro. Eu perco um dia de trabalho, ele fica pior, perde dia de trabalho também.”
O auxiliar Augusto Cezar, 19 anos, estava em pé, do lado de fora da UPH, segundo ele com febre, dor de garganta e dores no corpo. Augusto esperava havia duas horas e meia. “Para ar pela triagem demorou uns 40 minutos. Está demorando, poderia ser mais rápido”, comentou o acompanhante dele, Edson Pereira dos Santos, de 33 anos.
O representante comercial Eliane Feitosa de Oliveira aprovou o atendimento. Ela estava com sintomas gripais e procurou inicialmente a Unidade Pré-Hospitalar da Zona Norte. Ao chegar ao local, percebeu que o salão de espera estava muito lotado. Dessa forma, foi até a UPH da Zona Oeste. “Na Itavuvu (UPH da Zona Norte), peguei a senha 174 para fazer a ficha e estava no 130, e tinha gente para fora esperando ser atendida. Cheguei aqui, tinha menos gente e fui bem atendida.”
Triagem
Em nota, a Prefeitura de Sorocaba informou que houve melhora significativa nos atendimentos na UPH Oeste desde que o BOS assumiu a gestão da unidade, há duas semanas. “Mesmo neste curto período, já é possível notar avanços na organização dos fluxos, no acolhimento e na assistência prestada à população.”
Sobre a triagem, a istração municipal disse que segue o “Protocolo de Manchester”, metodologia internacionalmente reconhecida que classifica os pacientes por gravidade clínica, não por ordem de chegada. Dessa forma, os casos mais graves são priorizados para atendimento imediato, enquanto situações de menor urgência podem aguardar um tempo maior, conforme a classificação de risco.
“Em momentos de alta demanda, como observado em outras UPHs da cidade, pode ocorrer aumento no tempo de espera para casos de menor gravidade. Ainda assim, a triagem é fundamental para garantir que os pacientes em risco recebam assistência rapidamente. A Prefeitura segue monitorando diariamente os indicadores de desempenho e reforça seu compromisso com a melhoria contínua do serviço, inclusive acompanhando a nova gestão e fiscalizando a agilidade na triagem e nos atendimentos. Vale salientar que a escuta dos usuários também faz parte do processo de avaliação e aprimoramento.”
O Cruzeiro do Sul entrou em contato com o BOS, mas não obteve retorno até o início da noite de ontem (10). O BOS assumiu a gestão da UPH Zona Oeste em 25 de maio. Até então, a unidade era gerida pelo Instituto de Atenção à Saúde e Educação (Iase), a antiga Aceni.
Galeria
Confira a galeria de fotos