Comprar casas, apartamentos e terrenos, novos ou usados, e até mesmo alugar um lugar, não está fácil neste ano. As taxas e até programas, como o Minha Casa Minha Vida, que visam facilitar e fazer com que se torne realidade o sonho do imóvel próprio, não estão conseguindo facilitar o processo.

Segundo uma pesquisa realizada pelo Conselho Regional de Imóveis de São Paulo (Creci-SP), referente ao mês de abril de 2025, houve uma queda de 49,39% nas vendas e 11,2% no volume de contratos de locação. Os dados são referentes a 103 imobiliárias das cidades de Alambari, Angatuba, Araçariguama, Aracoiaba da Serra, Boituva, Capela do Alto, Cesário Lange, Ibiúna, Itapetininga, Itu, Mairinque, Piedade, Porto Feliz, Salto, Salto de Pirapora, São Miguel Arcanjo, São Roque, Sarapuí, Sorocaba, Tapiraí, Tatuí, Votorantim e cidades mais distantes, como Guareí.

A média de valores das casas e apartamentos vendidos em abril ficou em média de R$ 200 e R$ 300 mil. A maioria das casas possuia dois dormitórios e área útil entre 50 e 100 metros quadrados. A venda de apartamentos também seguiu a preferência por dois quartos e área útil de até 50 metros quadrados. Quanto ao método de pagamento destes imóveis: 58,6% foram financiados pela Caixa; 13,8% por outros bancos; 13,8% diretamente pelos proprietários; e 13,8% foram pagos à vista.

Já nas locações de casas e apartamentos, a preferência dos inquilinos ficou nos valores de R$1.000 a R$ 1.500, em casa de até dois dormitórios com até 100 metros quadrados de área útil. No encerramento dos contratos, 35,7% dos inquilinos não informaram o motivo da mudança, 46,4% preferiram aluguéis mais baratos e 17,9% migraram para aluguéis mais caros.

Segundo o presidente do Creci- SP, José Augusto Viana Neto, “o mercado de imóveis usados em Sorocaba a por um momento de ajuste, com forte crescimento na demanda por locação e vendas ainda instáveis, refletindo o comportamento do consumidor em um cenário de cautela e readequação econômica. A região, no entanto, mantém potencial de crescimento, especialmente se houver melhora nas condições de crédito e maior segurança econômica no segundo semestre de 2025”, explica.

As condições de taxas de juros e as novas regras do Programa Minha Casa Minha Vida são alguns fatores que impactam na queda. Segundo o advogado Miguel Augusto Nisizaki, de 33 anos, “a taxa de juros em 2024 fechou em 12,15%, e em 2025 chegou até 14,15% entre março e maio. Já na compra de imóveis usados, ao meu ver, algumas regras nesse sentido ficaram mais duras. Nas regiões sul e sudeste é necessário até 50% de entrada. Além do aumento da entrega, é um impeditivo, somado a outros fatores, inadimplências e negativação, bem como a irregularidade dos imóveis”, explica.

Comparativo com o ano anterior

Em 2024, no mês de abril, as vendas de imóveis apresentavam alta de 28,03% e o volume de novos contratos de locação 45,05%. Nas vendas de casas, a média dos valores ficou em até R$ 400 mil, com área útil de até 100 metros quadrados e dois dormitórios. Os apartamentos seguiram o mesmo padrão em valores, número de quatros e área útil.

Nas locações de casas, a faixa de preço paga pelos inquilinos era de até R$1.750, em imóveis de dois dormitórios com área útil de até 100 metros quadrados. Em apartamentos, a faixa dos aluguéis era de R$1.250, em imóveis de dois quartos com até 50 metros quadrados de área útil.