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Editorial

Época de redobrar a atenção com os idosos

05 de Junho de 2025 às 21:30
Cruzeiro do Sul [email protected]
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Com a proximidade do inverno, dados recentes da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) registram crescimento acelerado dos casos de doenças respiratórias no País, especialmente da influenza A, que já supera a Covid-19 como principal causa de mortes por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) em idosos.

Os vírus Sincicial Respiratório (VSR) e Influenza, altamente contagiosos, estão entre os mais perigosos e podem desencadear complicações severas em pessoas com mais de 60 anos, especialmente aquelas com comorbidades.

Até o início de maio, o Brasil registrou 24.571 casos de hospitalização por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). Desses, 50% foram atribuídos ao VSR nas quatro semanas anteriores, assim como 11% dos óbitos, segundo o Boletim Epidemiológico InfoGripe da Fiocruz.

O presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), Alberto Chebabo, explicou por que as chances de agravamento dos quadros respiratórios são maiores nos idosos. Ele disse: “Com o avanço da idade, o sistema imunológico se torna menos eficaz no combate a infecções. Essa diminuição da capacidade de defesa faz com que os idosos sejam mais suscetíveis a quadros graves de doenças respiratórias, como as causadas pelo Vírus Sincicial Respiratório que, tradicionalmente, afeta mais bebês e crianças”.

Muitos idosos vivem com doenças crônicas, como cardiopatias, Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), asma, diabetes ou insuficiência renal. Essas condições preexistentes aumentam o risco de complicações severas quando há infecção por um vírus respiratório, podendo levar a descompensações cardíacas e hospitalizações prolongadas.

Os sintomas do VSR em idosos, muitas vezes confundidos com um resfriado comum, podem evoluir rapidamente para quadros graves, e, em situações extremas, podem levar à morte.

Levantamento feito por pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), da Universidade Federal de Santa Catarina, da farmacêutica GSK e da empresa de informação em saúde IQVIA mostra que a taxa de letalidade por VSR entre idosos no Brasil alcançou 26% entre 2013 e 2023 — 20 vezes maior do que em crianças. Em idosos com insuficiência cardíaca, o risco de hospitalização pelo vírus pode ser 33 vezes maior do que em idosos sem essa condição.

Mesmo após a alta hospitalar, um em cada três idosos que foram internados por vírus respiratórios, como VSR ou influenza, frequentemente relatam perda de funcionalidade para realizar atividades do dia a dia, com o impacto dessas infecções na qualidade de vida e na autonomia.

Como prevenção com a chegada das épocas mais frias, a vacinação se destaca como uma das estratégias mais eficazes para proteger a população idosa. Além da imunização, medidas preventivas que já aprendemos durante a pandemia são fundamentais: lavar as mãos frequentemente, usar máscara caso apresente sintomas gripais, manter os ambientes arejados, evitar aglomerações e o contato com pessoas doentes.

A vacinação de idosos é de fundamental importância para a proteção da saúde e o bem-estar, principalmente porque o sistema imunológico enfraquece com o avançar da idade, tornando-os mais vulneráveis a doenças infecciosas. As vacinas ajudam a prevenir doenças graves, como gripe, pneumonia e herpes zoster, que podem ter consequências mais sérias nos idosos, como internações e até óbitos

Em Sorocaba, a Secretaria Municipal da Saúde (SES) ampliou a vacinação contra a gripe nas 33 Unidades Básicas de Saúde (UBSs) da cidade. Podem buscar o imunizante todas as pessoas do público geral com idade a partir de seis meses, mas há um cuidado especial com os idosos acima de 60 anos.

Dados atualizados desta quinta-feira (5) davam conta que apenas 48.349 idosos haviam sido imunizados. Esse número representa 40,56% do público desejável. Portanto, recomenda-se a familiares que tenham um idoso em seu convívio que o estimule a se proteger com a vacina — e se possível até mesmo levá-lo a uma unidade de saúde para garantir o imunizante.