O tenente-coronel Mauro Cid reafirmou ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) recebeu, leu e pediu alterações em uma minuta golpista para anular o resultado das eleições. Cid foi o primeiro réu no processo de tentativa de golpe interrogado pelo STF ontem (9).

Segundo Cid, Bolsonaro “enxugou” o documento, que inicialmente previa as prisões de diversas autoridades do Judiciário e do Congresso, como ministros do STF e o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), ex-presidente do Senado. “Ele de certa forma enxugou o documento. Basicamente retirando as autoridades das prisões. Somente o senhor (Alexandre de Mores) ficaria como preso”, disse Cid.

O ex-ajudante de ordens afirmou em delação premiada que recebeu dinheiro do ex-ministro da Defesa Walter Braga Netto. O valor, segundo Cid, seria para auxiliar ações para um golpe de Estado.

Bolsonaro, que estava presente ontem no STF, trocou um aperto de mãos com Cid antes do início do depoimento do tenente-coronel.

A oitiva de Cid marcou o início da fase de interrogatórios dos réus do “núcleo 1” da ação penal. Além de Bolsonaro, também são réus nesta etapa nomes como Walter Braga Netto, Filipe Martins, Augusto Heleno e Valdemar Costa Neto. (Da Redação, com informações de Estadão Conteúdo)