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Homenagem

O pequeno Abel Ferreira

Casal que torce para o Palmeiras dá o nome do técnico do time alviverde ao segundo filho

07 de Junho de 2025 às 19:30
Cruzeiro do Sul [email protected]
O agora quarteto palmeirense: Abel, Jessyca, Rogério e Rael
O agora quarteto palmeirense: Abel, Jessyca, Rogério e Rael (Crédito: ARQUIVO PESSOAL)


Para muitos torcedores, o futebol vai além das quatro linhas: é parte da identidade, da rotina, da história pessoal. No caso dos sorocabanos Jessyca Ferreira, 31 anos, e Rogério Douglas da Silva, 37, o amor pelo Palmeiras é tão profundo que acabou se tornando também um gesto de homenagem que ficará marcado por toda a vida. Em 28 de maio de 2024, nasceu o segundo filho do casal, que recebeu o nome de Abel Ferreira Humbert — uma referência direta ao atual e vitorioso treinador do clube alviverde.

A ideia de batizar o bebê com o nome do técnico não foi planejada com antecedência. Foi uma decisão tomada no calor da emoção, logo após uma das maiores conquistas da história recente do Palmeiras. “Tudo aconteceu de maneira muito espontânea. Quando o juiz apitou o fim da partida e o Palmeiras foi campeão da Libertadores de 2021 [venceu o Flamengo na final], nosso primeiro filho, Rael, ainda era um bebê. Naquele momento, eu olhei para Jessyca e disse: ‘Se tivermos outro filho homem, vai se chamar Abel Ferreira’”, relembra Rogério.

A mulher, que também é palmeirense fanática desde a infância, aceitou a proposta imediatamente. “A gente tem o Abel como um dos maiores ídolos da história do clube. Além disso, é um nome bíblico que sempre achei lindo. Então, quando o Rogério sugeriu, nem pensei duas vezes.”

Homenagem ao ídolo

Abel Ferreira, o treinador, chegou ao Palmeiras em novembro de 2020. Desde então, coleciona títulos: são dez conquistas em menos de cinco anos, incluindo duas Libertadores, dois Campeonatos Brasileiros, uma Copa do Brasil, duas Supercopas e três Paulistas — uma das eras mais vitoriosas da história do clube.

Para torcedores como Jessyca e Rogério, as conquistas não são apenas números. Elas representam momentos que marcaram suas vidas, sentimentos que extrapolam o esporte e se transformam em memórias afetivas. “A gente vive o Palmeiras todos os dias. A vitória na Libertadores foi algo indescritível. E quando algo é tão importante assim, a gente quer eternizar de algum jeito. Foi isso que fizemos ao dar o nome do Abel ao nosso filho”, explica ela.

Reações curiosas

Logo na maternidade, o nome incomum do bebê já começou a chamar atenção. “As enfermeiras que vinham nos atender olhavam o prontuário, liam ‘Abel Ferreira’ e ficavam surpresas. A primeira reação era sempre: ‘Vocês são palmeirenses, né?’. A gente começava a rir, porque é uma associação imediata”, conta Jessyca.

O nome do menino também já rendeu histórias curiosas com outros torcedores. “Quando o Abel nasceu, no quarto ao lado havia outra família que também tinha acabado de ter um bebê. O pai era palmeirense roxo. Quando soube que o nosso filho se chamava Abel Ferreira, ficou eufórico. Disse que tinha sugerido o mesmo nome para esposa, mas ela não topou. Ele falava: ‘Não acredito! O filho de vocês tem o nome do técnico! Que demais!’. Foi muito divertido”, relembra.

Além das arquibancadas

A relação do casal com o Palmeiras vai muito além das arquibancadas. O clube foi, inclusive, um fator decisivo no início do namoro. “No segundo dia que vi o Rogério, já fiquei pensando: preciso saber para que time ele torce. Porque, sinceramente, se fosse outro time, talvez não desse certo”, brinca Jessyca. “Quando ele falou que era palmeirense, eu comecei a rir e pensei: agora sim!”

Juntos desde 2010, o casal noivou em 2014, se casou em 2019 e hoje comemora mais de uma década de união. “A gente é muito envolvido com o clube. Assistimos aos jogos juntos, acompanhamos notícias, discutimos escalação, tudo. Eu falo que sou palmeirense chata — e ele também. Não sei se daria certo com alguém de outro time, porque realmente o Palmeiras é parte do nosso dia a dia.”

Que chegue a ele

Agora, o casal vive a expectativa de que a homenagem feita ao técnico chegue até ele. Eles publicaram um vídeo nas redes sociais contando a história do nome do filho e muitos torcedores aram a marcar o perfil oficial do clube e o próprio Abel nos comentários. “A gente postou um reels e o pessoal começou a marcar o Palmeiras e o Abel direto. Até hoje, quando postamos algo, tem gente marcando ele. Nosso sonho é que ele veja e conheça o nosso filho. Seria emocionante. Afinal, o nome do nosso filho carrega um pedaço da história do clube e da nossa família”, afirma Jessyca.

Com a rotina intensa do trabalho de Rogério e os cuidados com os dois filhos pequenos, o casal ainda não conseguiu voltar a frequentar o Allianz Parque, mas garante que já está nos planos. “Queremos muito ir ao estádio com os dois meninos. Principalmente levar o Abel até o centro de treinamento um dia. Seria um presente incrível se o próprio treinador pudesse conhecê-lo. A homenagem é de coração.”

Até lá, o pequeno Abel Ferreira Humbert vai crescendo com um nome que carrega história, paixão e muito amor por um time. E quem sabe, no futuro, também não se torne ele mesmo uma figura marcante do universo alviverde — nem que seja nas arquibancadas. (Murilo Aguiar - programa de estágio)

 

 

 

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